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Resenha: Os Testamentos

20.7.20
"O Conto da Aia" da Margaret Atwood foi lançado em 85, e desde essa época os leitores questionavam a autora sobre qual tinha sido do fim de Gilead e o que aconteceu com Offred, mas foi só em 2019 que ela lançou "Os Testamentos" e respondeu essas questões.

"Os Testamentos" vai se passar 15 anos depois do primeiro livro e vai narrar como foi a queda de Gilead. Diferente do anterior, esse livro é narrado por 3 personagens, e nenhuma  delas é uma aia. Vamos acompanhar a história pela narração da Tia Lydia, Daisy e Agnes. As três personagens estão inseridas em contextos diferentes, Tia Lydia faz parte do sistema opressor de Gilead, Daisy é uma menina que nasceu no Canadá e Agnes uma jovem filha de um comandante.

Com a narração da Tia Lydia podemos entender mais do porquê de aquela mulher aceitar um cargo de tia, cargo esse que consiste em torturar, vigiar e denunciar outras mulheres, vamos descobrir quem ela era antes de Gilead. E não vou dizer que você vai passar a aceitar o que ela fez, mas você a compreende.

Apesar de gostar muito de "O Conto da Aia", acho aquela história mais lenta do que essa, no primeiro livro ficamos acompanhando apenas o dia a dia daquela aia, e é muito angustiante, já em "Os Testamentos", com mais de um ponto de vista, temos mais informações e muita coisa acontece, fazendo com que a leitura flua muito melhor.

Confesso que quando vi que a autora ia lançar um segundo livro, fiquei apreensiva com o rumo da história, mas adorei o livro e devorei suas mais de 400 páginas em poucos dias. Esse segundo livro veio não apenas responder dúvidas, mas também aliviar toda a dor, foi como um bálsamo por todo sofrimento que tivemos de ver Offred passar. Terminei o livro maravilhada com o poder da escrita da Margaret Atwood e com vontade de assistir a segunda temporada de "The Handmaid's Tale".

Até o próximo post!





Resenha: Restaura-me

11.6.18
Sinopse: "A história de Juliette e Warner continua no eletrizante novo volume da série Estilhaça-me, de Tahereh Mafi, autora best-seller do The New York Times. Juliette Ferrars acreditava ter vencido. Assumiu o controle do Setor 45, foi nomeada nova Comandante Suprema da América do Norte e agora conta com Warner ao seu lado. No entanto, quando a tragédia se instala, Juliette precisa confrontar a escuridão que existe tanto à sua volta quanto em seu interior."

O lançamento mais aguardado de 2018, pelo menos pra mim, era o quarto livro da série Estilhaça-me da Tahere Mafi. Afinal, "Incendeia-me" foi um dos livros que mais gostei de ler em 2014, terminei esse livro devastada por não ter mais de Warner e Juliette, mas principalmente da escrita da autora. Logo eu peguei "Restaura-me" cheia de gana e saudades daquele universo, mas terminei o livro um pouco confusa.

O livro começa logo depois do fim de "Incendeia-me", Juliette é a nova suprema comandante e tem que lidar com várias responsabilidades e com essa nova vida. Ela se sente perdida e despreparada para o papel que precisa desempenhar o papel que assumiu depois de matar Anderson. E em meio essa adaptação ela ainda tem que lidar com o seu relacionamento com Warner, que é a imagem do Restabelecimento, mas a pessoa que ela ama acima de tudo.

Tahere Mafi deixa um pouco de lado o seu jeito poético de ser neste livo, agora ela está mais focada em construir as intrigas políticas e a tensão da instabilidade. Isso não é ruim, até porque Estilhaça-me é uma série distópica, não apenas o romance. E a autora não abandonou de todo o seu estilo, a intensidade está toda ali, presente em Juliette e Warner.

Por falar em Warner, um dos meus personagens preferidos da história, está tão exposto, tão vulnerável, tão diferente do impecável comandante de "Estilhaça-me" e isso é tão incrível, porque vemos a desconstrução dele, que foi em grande parte causada pelo contato dele com a Juliette.

Mas nem tudo são flores, principalmente no quesito Warner, porque a autora usou do recurso que mais detesto, a falta de comunicação. E o casal da história começa a se desentender porque Warner não conversa com Juliette e isso me irritou bastante. 

No mais o livro é bom, terminou com um ótimo gancho para sua sequência, mas estou um pouco apreensiva com os rumos que a história pode tomar nos próximos dois livros que a autora disse que vai lançar. Só espero que a história cresça e se torne mais maravilhosa do que ela já é. 


Até o próximo post!



Resenha: O Conto da Aia

25.9.17
Resenha: "Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano."

Desde que "O Conto da Aia" começou a ser muito comentado após sua adaptação para série de TV, me vi bem interessada na história criada por Margaret Atwood, uma vez que sou uma grande defensora dos direitos das mulheres e que tenta abrir os olhos das pessoas as minha volta para os gestos machistas que ainda persistem em pleno século XXI. Mas o que tudo isso tem a ver com a história de Offred? Tudo.

"O Conto da Aia" é uma distopia que se passa nos Estados Unidos, que não exite mais como nós conhecemos. O país se tornou a República de Gilead, onde as mulheres perderam todos os seus direitos, elas são divididas em castas, de acordo com o papel que cada uma representa na sociedade baseado em preceitos religiosos. Além disso, grande parte da população feminina já não consegue mais engravidar, por isso as poucas mulheres ainda férteis são obrigadas a se tornarem aias, mulheres que servem apenas para dar herdeiros aos homens de alto escalão e suas esposas sem filhos. Nós vamos acompanhar essa história pelos olhos da Offred, uma mulher que se encontra no papel de aia. 

O livro é narrado em primeira pessoas pela Offred e não segue uma linearidade de acontecimentos, pelo contrário, em diversos momentos ela vai fazer digressões e ir e voltar no tempo. É como se a personagem estivesse fazendo um relato oral do que se passou com ela. Por isso, é preciso ter bastante atenção a leitura, para não se perder em meio a tantos relatos e informações.

A escrita de Margaret Atwood fluí bem e não é rebuscada, então qualquer um conseguirá ler e entender o que se passa no enredo do livro. Porém, a história é um pouco arrastada até metade do livro, porque Offred nos põe a par de sua rotina e do ambiente em que vive. Mas logo a história começa a se desenrolar nos fazendo desejar descobrir qual será o fim daquilo tudo. Porém, após o ritmo acelerado das últimas páginas, temos um final inconclusivo, em que fica no ar o que pode ter acontecido a Offred.

Eu gostei muito do livro, achei absurda a maneira como a autora escreveu uma distopia tão real e tão possível. Como mulher me vi assustada com a possibilidade de que os rumos políticos nos levem a situação semelhante. A história nos assusta e angustia, quando vemos uma mulher moderna perder todas as liberdades, até mesmo os pequenos prazeres, como se cuidar. Um livro obrigatório para termos um vislumbre de onde o machismo pode nos levar. Leitura nota 4.5, que perdeu esse meio ponto simplesmente por causa do último capítulo, em que temos a "transcrição" de uma palestrar, fiquei um pouco sem paciência. Mas uma das melhores distopias que já li.

Até o próximo post!

Resenha: Laranja Mecânica

14.3.16
Alguns anos atrás eu decidi fazer uma maratona de filmes clássicos famosos e nessa maratona eu acabei assistindo "Laranja Mecânica", do Stanley Kubrick, e adorei o filme, as personagens e a trilha sonora do filme. Na época em que vi o filme não sabia que a estória de Alex era na verdade um livro, mas quando descobri já coloquei ele na minha lista. Vários anos depois eu consegui por as mãos na minha edição do livro de Anthony Burgess e a leitura foi tão incrível quanto a assistir o filme do Kubrick.


Sinopse: "Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo."

O livro é narrado todo em primeira pessoa e tem como narrador o Alex, um rapaz  de 15 anos que vive em uma sociedade distópica em que os jovens gostam de tomar leite com algo a mais e sair pelas ruas praticando ultraviolência. A estória é dividida em três partes, na primeira temos a introdução ao mundo criado por Burgess, somos apresentados ao nadsat, uma linguagem dos jovens daquela sociedade (que pode ser o grande vilão de toda leitura já que é permeado de palavras inventadas, que podem ter mais de um significado) e aos atos praticados pela gangue ao que Alex pertence. Na segunda parte temos um Alex capturado pela polícia e passando por um tratamento de choque para curar suas tendências violentas, nada mais do que uma lavagem cerebral. E na terceira parte temos um Alex curado que tem de voltar a sociedade em que vivia, mas que vai provar um pouco do próprio veneno.

O livro é curto e flui muito bem, claro, que a linguagem nadsat (como já disse), torna a leitura mais demorada, mas depois que você pega o ritmo a leitura passa rapidamente. Acredito que o fato de Alex, mesmo sendo um marginal, ser muito carismático faz com que a leitura fique mais prazerosa. "Laranja Mecânica" é permeado de cenas fortes, o autor nos brinda com descrições de estupros e espancamentos, não é uma distopia leve, pelo contrário é um livro denso.

Gosto do Alex desde quando assisti ao filmes e mesmo ele tendo um comportamento asqueroso, eu me envolvi muito com a personagem e em alguns momentos cheguei a sentir pena dele, principalmente, depois que ele passa pelo Método Ludovico e é jogado nas ruas, sem ter chance de se defender;.

O filme é basicamente a estória do livro, a adaptação é impecável, mas o último capítulo, que na versão norte americana não consta, também não está na adaptação para o cinema. Eu gosto muito da cena final do filme, mas achei interessante o desfecho do livro.

"Laranja Mecânica" é uma distopia que critica a violência, mas mostra que isso é um problema que vem do próprio governo que quando resolve tomar uma atitude age de maneira violenta tal qual o dos jovens druguis. Leitura obrigatória para quem gosta de distopias, afinal, esse gênero não surgiu apenas com  Jogos Vorazes.



Até o próximo post!

Resenha:Incendeia-me

21.6.14
A resenha dessa segunda foi uma das mais difíceis de se escrever, isso sempre acontece com livros que eu gosto demais, e com "Incendeia-me" da Tahereh Mafi. Quando eu comecei a ler a trilogia "Estilhaça-me" nunca pensei que fosse me apegar a estória, mas AIMEUDEUS! que livro incrível.


Sinopse: "UM DIA EU POSSO ROMPER UM DIA EU POSSO R O M P E R E ME LIBERTAR NADA MAIS VAI SER IGUAL O destino do Ponto Ômega é desconhecido. Todas as pessoas com quem Juliette se importa podem estar mortas. Talvez a guerra tenha chegado ao fim antes mesmo de ter começado. Juliette foi a única que restou no caminho d O Restabelecimento. E sabe que, se ela sobreviver, O Restabelecimento não sobreviverá. Entretanto, para destruir O Restabelecimento e o homem que quase a matou, Juliette vai precisar da ajuda de alguém em quem nunca pensou que pudesse confiar: Warner. Enquanto eles lutam juntos para combater o inimigo, Juliette descobre que tudo que ela pensava saber sobre seu poder, sobre Warner e até mesmo Adam era uma mentira."

Lembro de quando li o primeiro li o primeiro livro da autora, me incomodei com a escrita dela, porém acho que isso aconteceu porque Julliette (a narradora) era muito chata e dramática. Mas em "Liberta-me" a personagem começa a mudar e a escrita também, mas em "Incendeia-me" Tahereh conseguiu me conquistar de vez. O modo como ela escreve é algo que eu nunca vi igual, ela consegue transmitir sensações e sentimentos de maneira muito poética, algo que te envolve de uma maneira muito intensa. Teve alguns momentos que eu fiquei tão abalada pela intensidade de algumas cenas que senti meus joelhos fraquejarem. Com toda certeza Tahereh Mafi entrou para a lista de escritoras queridinhas.

Acho que o meu encantamento pela escrita da Tahereh Mafi está diretamente relacionada a um personagem em especial: Aaron Warner. O quão incrível ele é, Tahereh conseguiu fazer um trabalho incrível com ele, uma desconstrução muito bem feita. Desde o primeiro livro me encantei pela luz desse personagem, ele é como um furacão, intenso e que domina todas as cenas em que está presente. Adorei os momentos dele com Juliette. A mocinha também se tornou mais forte, nada chata, nem dramática e conquistou meu respeito. Temos Kenji também, sendo divertido e engraçado. E claro, o chato da Adam, que para mim se mostrou ainda mais chato.

Gostei do enredo desse terceiro livro, das interações e desdobramentos da estória. Porém preciso dizer que achei a preparação para a batalha muito extensão e a batalha muito corrida, faltando ação. Acho que isso seria um ponto fraco da distopia, que ficou muito mais focadas em questões pessoais do que políticas. Mas gostei até disso, porque foge um pouco dos padrões das distopias, que tendem a ser muito iguais. Fora que só de o livro não terminar com a mocinha casada, já é uma grande coisa.

Suuuper indico"Incendeia-me", mesmo se você não gostou de "Estilhaça-me", vale a pena esperar pelo capítulo final, que para mim é o melhor livro da trilogia. Venha se deliciar com uma narração que transborda sensações e conhecer um Warner que vai te fazer ficar sem ar (experiência própria).


Boa leitura!
Até o próximo post!

Resenha: Liberta-me

14.10.13
Depois de duas semanas sem muitas atualizações no blog a resenha de segunda tá de volta, e a resenha de hoje vai falar de um livro que tem o melhor "vilão" da vida, Liberta-me.


Sinopse: "Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor. A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante."

Antes de falar do enredo do livro preciso dizer que a capa de "Liberta-me" é horripilante, eu já não sou muito fã de capas com rostos de pessoas, e essa além de ter rosto de pessoas é basicamente um zoom da foto do primeiro livro.

Juliette está em liberdade agora, mas uma liberdade bem restrita já que ela está escondida no que para mim é a cópia do Instituto do Professor Xavier de X Men, algo que me incomodou bastante, já que achei muita viagem esses super poderes. Mas Juliette está mais ou menos feliz, porque está longe de Warner e de todas as atrocidades do Restabelecimento, porém ela não consegue esquecer o que fez para se livrar do jovem vilão (acho que ela gostou bastante de sua tentativa de fuga), e tem medo de que Adam descubra.

O romance entre Juliette e Adam não vai muito bem nesse novo livro, até que Tahereh Mafi decide jogar uma bomba na cabeça dos dois, e agora o casal não pode ficar junto. É nesse momento que o, até então, abominável Warner aparece para tomar o lugar de Adam ou para simplesmente confundir Juliette. Nessa segunda parte o meu personagem preferido (já tinha dito isso na resenha de Estilhaça-me) consegue mostrar seu verdadeiro eu debaixo de toda aquela crueldade e frieza, Warner é loucamente apaixonado e obcecado por Juliette, e ela começa a perceber que o monstro que ela sempre temeu tem mais em comum com ela do que poderia imaginar. E quando a mocinha resolve deixar que Warner rompa algumas barreiras entre os dois, MEUDEUS! é incendiante, os dois possuem uma química muito maior do que ela tinha com Adam.

Uma vez que Warner prova que não é o grande vilão, entra em cena o seu pai, que é um vilão com V maiúsculo, gosto de antagonistas como esse que são malvados de verdade e que sabem como destruir tudo a sua volta. Estou ansiosa para ver qual será o próximo passo dele e o seu final.

Em "Liberta-me" a Tahereh  consegue bagunçar de vez a vida de Juliette com todas novas descobertas e surpresas, e a protagonista continua se mostrando indecisa e se fazendo de pobre coitada, o que é insuportável, já que eu quero mais ação do que choradeira. Espero que no próximo livro ela acorde para a vida e seja mais decidida e forte.

Gostei bastante dessa segunda parte da trilogia, que reacendeu minha esperança de que Juliette escolha Warner e que incendiou de vez o enredo da distopia. Espero que a autora continue nesse mesmo caminho e que termine essa estória unindo todas as pontas soltas que ela criou em Liberta-me.

Boa Leitura!
Até o próximo post!

Resenha: Estilhaça-me

2.9.13
Estamos em uma fase em que as distopias vem dominando o mercado literário. Eu já li duas distopias: Jogos Vorazes e A seleção, que são bem distintas uma da outra, e não havia me interessado por nenhuma outra a ponto de querer lê-la imediatamente. Mas devido a um empréstimo literário eu me vi com uma distopia  nas mãos, tenho que confessar que tive um pouco de receio, porém acabei lendo o livro de Tahereh Mafi, e fiquei viciada na estória de "Estilhaça-me".



Sinopse:"Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro."

A diagramação desse livro é muito boa, a capa é muito bonita (mesmo que particularmente eu não goste de capas com pessoas), gosto também do começo dos capítulos ter um efeito de vidro estilhaçado. O tamanho da letra também é muito bom.

A escrita de Tahereh Mafi é bem diferente do que eu estou acostumada. A estória é narrada em primeira pessoa, pela personagem Juliette, e ela gosta de usar metáforas para descrever sensações e sentimentos (preciso confessar que tinha hora que me irritava bastante). Acho que o maior problema sobre o livro ser escrito em primeira pessoa é a narradora ser Juliette, porque ela é extremamente dramática, então tudo é muito exagerado.

O enredo de "Estilhaça-me" segue a receita distópica: mocinha que tem nas mãos a oportunidade de mudar, país que vive um governo ditatorial e cruel, jovem bonito que se apaixona loucamente pela mocinha e que faz de tudo para salvá-la e o terceiro membro de um triângulo amoroso, que parece ser algo que não é. Eu sei que esse modelo já está muito repetitivo, mas tem alguma coisa nesse livro que o diferencia dos outros.

Os personagens de Tahereh são muito intensos, acho que esse é o ponto forte de sua escrita, eles possuem características muito fortes e tem os sentimentos à flor da pele. Na minha opinião o melhor personagem da estória é o vilão Warner, não por ser o esteriótipo de vilão, mas por ter uma complexidade que o torna uma incógnita  acho tão incrível a maneira como a autora conseguiu criar alguém tão obcecado quanto ele, espero de verdade que ele ganhe mais espaço no enredo (estou torcendo para ele ficar com Juliette) e que ele se torne a grande surpresa dessa distopia.

Gostei do livro e com certeza vou ler sua continuação, principalmente para saber o que irá acontecer com o Warner. Espero que a autora leve a estória para um campo em que não só romance prevalece, mas a questão política também esteja em evidência. 


Boa Leitura!
Até o Próximo Post!


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