Resenha: Laranja Mecânica

14.3.16
Alguns anos atrás eu decidi fazer uma maratona de filmes clássicos famosos e nessa maratona eu acabei assistindo "Laranja Mecânica", do Stanley Kubrick, e adorei o filme, as personagens e a trilha sonora do filme. Na época em que vi o filme não sabia que a estória de Alex era na verdade um livro, mas quando descobri já coloquei ele na minha lista. Vários anos depois eu consegui por as mãos na minha edição do livro de Anthony Burgess e a leitura foi tão incrível quanto a assistir o filme do Kubrick.


Sinopse: "Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo."

O livro é narrado todo em primeira pessoa e tem como narrador o Alex, um rapaz  de 15 anos que vive em uma sociedade distópica em que os jovens gostam de tomar leite com algo a mais e sair pelas ruas praticando ultraviolência. A estória é dividida em três partes, na primeira temos a introdução ao mundo criado por Burgess, somos apresentados ao nadsat, uma linguagem dos jovens daquela sociedade (que pode ser o grande vilão de toda leitura já que é permeado de palavras inventadas, que podem ter mais de um significado) e aos atos praticados pela gangue ao que Alex pertence. Na segunda parte temos um Alex capturado pela polícia e passando por um tratamento de choque para curar suas tendências violentas, nada mais do que uma lavagem cerebral. E na terceira parte temos um Alex curado que tem de voltar a sociedade em que vivia, mas que vai provar um pouco do próprio veneno.

O livro é curto e flui muito bem, claro, que a linguagem nadsat (como já disse), torna a leitura mais demorada, mas depois que você pega o ritmo a leitura passa rapidamente. Acredito que o fato de Alex, mesmo sendo um marginal, ser muito carismático faz com que a leitura fique mais prazerosa. "Laranja Mecânica" é permeado de cenas fortes, o autor nos brinda com descrições de estupros e espancamentos, não é uma distopia leve, pelo contrário é um livro denso.

Gosto do Alex desde quando assisti ao filmes e mesmo ele tendo um comportamento asqueroso, eu me envolvi muito com a personagem e em alguns momentos cheguei a sentir pena dele, principalmente, depois que ele passa pelo Método Ludovico e é jogado nas ruas, sem ter chance de se defender;.

O filme é basicamente a estória do livro, a adaptação é impecável, mas o último capítulo, que na versão norte americana não consta, também não está na adaptação para o cinema. Eu gosto muito da cena final do filme, mas achei interessante o desfecho do livro.

"Laranja Mecânica" é uma distopia que critica a violência, mas mostra que isso é um problema que vem do próprio governo que quando resolve tomar uma atitude age de maneira violenta tal qual o dos jovens druguis. Leitura obrigatória para quem gosta de distopias, afinal, esse gênero não surgiu apenas com  Jogos Vorazes.



Até o próximo post!

2 comentários:

  1. Tenho o filme em casa, mas ainda não o assistir pq quero ler o livro primeiro.
    Vejo muita gente falando super bem dele, e como é um clássico meio que se tornou uma leitura obrigatória para mim, mas todo dia surge tantos livros novos para ler que ainda não tive a oportunidade, sua resenha só me deixou mais curiosa!

    http://www.leituraentreamigas.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Quando vi o filme adorei o Alex, quero muito ler o livro!
    Beijos,
    Izzy

    ResponderExcluir

Agora que sou crítica - Design e Desenvolvilmento por Lariz Santana