Playlist de Abril

27.4.16
Abril ainda não acabou, mas já tem trilha sonora do mês. Nos últimos meses eu tenho seguido um padrão de reviver algumas músicas e bandas, em abril não foi diferente.


Comecei o mês escutando uma das minhas bandas preferidas, Silverchair. Há anos eu não escutava tanto as músicas cantadas pelo Daniel Johns. Para quem não sabe o Silverchair é uma banda dos anos 90 e tinha um vocalista lindíssimo, mas cheio de problemas. Desde bem novinha eu gostava deles e sou apaixonada pelo álbum Diorama deles, principalmente pelas músicas "Whithout You" e Luv your Life", que eu escutei freneticamente esse mês.

Silverchair - Whithout You

Silverchair - Luv your Life


Falei no mês passado que estava in love pela trilha sonora de "Se Nada der Certo", principalmente pela música "Lost Stars" cantada pelo Adam Levine, pois é continuo escutando a trilha, mas a dessa vez foi "A Higher Place" também do Adam. Sério, esse homem tem uma voz maravilhosa.

Adam Levine - A Higher Place

Outra cantora maravilhosa que é figurinha carimbada nas minhas playlist é a Sia, estou viciada em "Cheap Thrills", é a minha música para ficar de bem com a vida, eu escuto e já quero fazer dancinha.

Sia - Cheap Thrills

Eu adoro música folk e todo mundo que vem aqui no blog está cansado de ver alguma banda do estilo, uma delas é The Civil Wars, que eu já fiz até um post sobre eles, que é uma das minhas queridinhas. Recentemente achei uma versão deles para a música "You Are My Sunshine", que eu adoro na versão do Johnny Cash e June Carter, mas que me conquistou nesse novo formato. Na mesma onda me encantei por "Tip of my Tongue", que tem os vocais mais lindos de todos.

The Civil Wars - You are my Sunshine

The Civil Wars - Tip of my Tongue


Esse mês também entrei em uma vibe reggaton, tudo por causa do namorado que é muito fã e me apresentou o J. Balvin. Adoro duas músicas dele "Ay Vamos" e Ginza", escuto e tenho vontade de correr para dançar.

J. Balvin - Ay Vamos

J. Balvin - Ginza

Por último a música foi "Somewhere Only We Know", que é uma das minhas músicas preferidas do Keane, mas cantada pela Lily Allen. Por incrível que pareça nunca tinha ouvido essa música antes, só fui descobri porque ela é trilha da nova propaganda da Vivo, que todas as vezes que passa me faz ficar cantarolando.
Lily Allen - Somewhere Only We Know

Até o próximo post!

Resenha: O Pequeno Príncipe

25.4.16
Já tinha lido "O Pequeno Príncipe" há muito tempo, para fazer um trabalho de escola, e naquela época gostei muito da estória. Achei o livro interessante na adolescência, mas reler agora com 25 anos, em que eu tenho uma visão diferente da vida, passei a gostar ainda mais desse principezinho que veio de um planetinha distante.

Resenha: Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida."

O livro vai contar a estória de um piloto de avião que caiu no deserto, que acabou se encontrando com um principezinho que morava em um planetinha longe da Terra. O livro vai narrar a viagem do Pequeno Príncipe até chegar ao nosso planeta e as descobertas que ele fez por aqui.

Em um primeiro momento o livro parece uma estorinha feita para crianças, entretanto, por detrás de toda aquela linguagem simples e do enredo aparentemente infantil, o livro vai tratar de coisas muito mais amplas do que as aventuras desse príncipe. O livro é cheio de metáforas e lições para os próprios adultos. A estória vai falar da dificuldade dos adultos em enxergar as coisas além do trabalho, da importância e do valor monetários, vai abordar a importância da amizade e a aceitação da morte.

Um livro de uma delicadeza e simplicidade encantadoras. Daqueles que você lê com um sorriso no rosto e termina com o coração aquecido e a cabeça pensando em alguns valores que se perderam pelo caminho.

Escuto muita gente dizendo que o livro é ruim e que o Pequeno Príncipe é um garoto muito aborrecido com suas perguntas e lições. Concordo que não é um livro que todos gostam e que foi desmerecido por tantas misses que disseram ser seu livro preferido, mas não se  pode negar que é um linda estória que pode ser significativa para muitos. Pra mim foi mais uma vez uma leitura muito agradável e que provavelmente vou repetir.

Até o próximo post!

Não sou bela, nem recatada, muito menos do lar.

23.4.16
E em meio a crise política e econômica em que vivemos no Brasil, a maravilhosa revista Veja vem o discurso de que Marcela Temer é uma primeira dama ideal por se Bela, Recatada e do Lar. E claro, que em pleno século XXI, em que mulheres saem para trabalhar, estão em cargos que antes eram ocupados exclusivamente por homens, votam, tem o próprio dinheiro e são livre para ter a vida sexual e amorosa que bem entender, que isso ia ser um título extremamente infeliz. Uma enxurrada de protestos povoaram a internet e o problema não foi ser bela e recatada, ou até mesmo do lar, foi achar que isso transforma ela em uma mulher melhor.


Por plena física quântica ou apenas questão de destino eu estou lendo "Nunca julgue uma dama pela aparência", um romance de época que vai contar a estória de Georgiana, filha de um duque que tomou decisões erradas e acabou sendo desgraçada. A jovem se apaixonou e acabou engravidando de um homem que a abandonou, ela então resolve abandonar a sociedade e tomar as rédeas de sua vida, cria um clube privado em que os segredos são sua moeda de troca e que ela controla todo homem apenas com mentiras e dinheiro. Por ser mulher ela utiliza de dois disfarce para controlar este império de Chase, o homem dono de todo império, e Anna, a prostituta de Chase. No mais, a estória vai mostrar que Georgiana enquanto a jovem desgraçada só tem o escárnio da sociedade e quando é Anna ou Chase ela tem poder, ela prefere a vida dúbia por ser senhora de sua vida, mas se sente pressionada a casar com um nobre para que sua filha seja digna de respeito na sociedade. Apesar de ser uma estória de ficção, o livro me foi muito oportuno neste momento, porque ela não pode ser a mulher que usa calças, comanda um cassino e detém poder sob todos os homens, porque ela é mulher. Acho que Georgiana nunca iria estar na capa da Veja.


Pensando na polêmica Marcela Temer e na estória de Georgina me peguei imaginando que nunca também iria estar estampada na capa de uma revista com os dizeres Bela, Recatada e do Lar, afinal, desde novinha odiava brincar de dona de casa, enfrentava os garotos que tentava me diminuir por ser menina e sempre briguei pelas regras que me empunham, tipo usar meia calça para parecer uma mocinha. 


Além de Georgiana na literatura temos diversas mulheres que fogem dos padrões, e que eu particularmente sou fã. Temos Scarlett O'Hara, de "E o Vento Levou", que teve que tomar as rédeas da sua casa e enfrentar a todos para sobreviver durante a guerra. Vinda da Terra Média, Éowyn, de o Senhor dos Anéis, se disfarça de homem e vai para a batalha. Minha querida Elizabeth Bennet, de Orgulho e Preconceito, que se recusa a casar se não for por amor e que não acredita que uma mulher deve ser prendada, ao invés, de inteligente. Katniss Everdeen, de Jogos Vorazes, que fez o papel de pai e foi a heroína de Peeta Mellark. Em As Crônicas de Gelo e Fogo, que tem diversas personagens femininas que fogem do padrão, Cersei, Arya, Brienne, Daenerys, Ygritty, todas no meio daquele jogo de poder. Por fim minha preferida, Lisbeth Salander, da trilogia Millenium, que é inteligente e forte, que resolve seus problemas sem precisar de nenhum herói. Todas essa mulheres nunca estariam em uma capa da Veja, mas foram donas de várias páginas de livros famosos.


Então garotas que não são belas, nem recatadas e muito menos do lar, não se sintam diminuídas por não serem "dignas" de uma capa da Veja, porque um dia essa revista não vai ser nada, enquanto mulheres fortes, participativas, políticas e independentes vão estar marcadas na história, com ou sem vestidos até os joelhos.


Até o próximo post!

Resenha: O Auto da Compadecida

18.4.16
O "Auto da Compadecida" do Ariano Suassuna é daqueles livros que eu nunca tinha lido mas achava que sabia tudo sobre ele, mas eu estava enganada.


Sinopse: "O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro"."

Mesmo já tendo assistido a adaptação cinematográfica de "O Auto da Compadecida" milhares de vezes, durante a leitura me peguei rindo e esperando pelo desenvolvimento da estória. O filme é muito fiel, mudando apenas pequenos detalhes.

O livro é uma peça de teatro, eu particularmente não gosto deste tipo de livro, mas me envolvi bastante com o livro e dei boas gargalhadas durante a leitura. A escrita de Suassuna é em fácil de ler, mas é cheia de críticas a sociedade, mesmo sendo um livro de tão poucas páginas.

As personagens de Ariano são bem reais, fáceis de serem encontradas em nosso dia a dia, temos o brasileiro muito bem representado, no amarelo safado que tenta se dar bem sempre que pode, na Igreja corrupta, nos coronéis sempre favorecidos, na pobreza e desespero que leva a loucura do crime ou no tão famoso jeitinho brasileiro.

Adorei o livro e valeu cada segundo de leitura, mesmo já sabendo todo o desfecho da estória. Daqueles livro para reler e se divertir e aprender.

Até o próximo post!

Resenha: Mil Pedaços de Você

11.4.16
Uma linda capa e uma temática interessante, "Mil Pedaços de Você" da Claudia Gray tem tudo isso, mas faltou alguma coisa para que a estória de Marguerite, Paul e Theo fosse incrível.


Sinopse: "Marguerite Caine cresceu cercada por teorias científicas revolucionárias graças aos pais, dois físicos brilhantes. Mas nada chega aos pés da mais recente invenção de sua mãe — um aparelho chamado Firebird, que permite que as pessoas alcancem dimensões paralelas. 

Quando o pai de Marguerite é assassinado, todas as evidências apontam para a mesma pessoa: Paul, o brilhante e enigmático pupilo dos professores. Antes de ser preso, ele escapa para outra realidade, fechando o ciclo do que parece ser o crime perfeito. Paul, no entanto, não considerou um fator fundamental: Marguerite. A filha do renomado cientista Henry Caine não sabe se é capaz de matar, mas, para vingar a morte de seu pai, está disposta a descobrir.

Com a ajuda de outro estudante de física, a garota persegue o suspeito por várias dimensões. Em cada novo mundo, Marguerite encontra outra versão de Paul e, a cada novo encontro, suas certezas sobre a culpa dele diminuem. Será que as mesmas dúvidas entre eles estão destinadas a surgirem, de novo e de novo, em todas as vidas dos dois?

Em meio a tantas existências drasticamente diferentes — uma grã-duquesa na Rússia czarista, uma órfã baladeira numa Londres futurista, uma refugiada em uma estação no meio do oceano —, Marguerite se questiona: entre todas as infinitas possibilidades do universo, o amor pode ser aquilo que perdura?"

Sou apaixonada por estórias de viagem no tempo e de dimensões paralelas, quando vi "Mil Pedaços de Você" na hora tive certeza de que aquele era o meu livro. Me encantei pela capa maravilhosa e logo comprei o meu. Mas imagine a minha decepção quando durante a leitura percebi que o livro não era grande coisa.

A temática do livro é incrível essa ideia de viajar por dimensões com realidades paralelas, em que em cada lugar tem uma versão sua que vive de uma maneira diferente. A premissa é interessante, porém a autora não tem uma escrita caprichada. Toda ficção científica é mal explicada, as personagens são apresentadas superficialmente, o desenrolar é muito acelerado e o fim é só um encerramento ruim para prolongar a estória para um próximo livro.

Fiquei tão chateada, porque conseguia enxergar pontos fortes em toda estória, como por exemplo o relacionamento da Grã-duquesa Marguerite com Markov. A autora levou as personagens principais para a Rússia, criou um relacionamento proibido, mas não quis escrever mais algumas páginas e aprofundar nos sentimentos e na ligação entre Paul e Marguerite. Não, ela fez um triângulo amoroso, insignificante, que nem se parece com um, para dar a chance da pobre mocinha se sentir dividida.

Um livro meia boca que nas mãos de uma Cassandra Clare ou Maggie Stiefvater seria pura magia. Faltou capricho, brilho e encantamento, mas ainda dá tempo de melhorar na continuação.

Até o próximo post!

Resenha: Depois de Você

4.4.16
Três anos depois de ter lido a estória de Lou e Will e ter tido uma das maiores ressacas literária da vida, eu voltei a me encontrar com Louisa Clark na continuação "Depois de Você". E apesar de vários comentários ruins por aí, gostei muito do segundo livro.


Sinopse: "Quando uma história termina, outra tem que começar.
Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Como eu era antes de você conta a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora Jojo Moyes.
Em Depois de você, Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.
Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir em Sam. Tudo parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente."

E Louisa Clark se descobriu depois de Will Traynor e foi feliz para sempre. Se a estória que Jojo Moyes criou em "Como Eu Era Antes de Você" terminasse apenas dessa maneira, já seria algo perfeito, como foi. Mas depois de tantos pedidos de leitores, a autora resolveu continuar a contar a estória de Lou, e uma vida de plena felicidade não renderia um novo livro, não teria porque, por isso encontramos uma Lou estagnada pea tristeza e pela falta que sente de Will.

Mesmo que Will tenha pedido para que Lou vivesse e não pensasse nele, ela não consegue se esquecer dele, não consegue seguir em frente. Os acontecimentos de três anos ainda a perturbam e a partida de Will só a faz ter medo de perder as pessoas. Mas um dia ela é obrigada a cair na real (literalmente) e tentar mudar de vida.

Gostei muito da maneira como Jojo foi real nos sentimentos de Lou, ninguém esquece um ente querido depois que ele se vai, principalmente da maneira que Will a deixou, seria tudo muito falso se ela estivesse explodindo de felicidade e vivendo plenamente. Tudo foi muito traumático para todos que conheceram Will. E a peça que vai uni-los novamente foi muito acertada.

Algumas personagens sofreram mudanças, que descaracterizaram as mesmas, mas tudo foi bem explicado e teve um que e um pra quê. As pessoas mudam, amadurecem, não são estáticas, as vezes ficam melhores ou piores. "Depois de Você" é um livro sobre mudanças, que só podem acontecer se você tomar atitudes.

Lou é uma garota de sorte que tem a chance de conhecer caras incríveis, primeiro tivemos Will, e agora Jojo a dá Sam, um cara que vem para ser o porto seguro da mulher que está perdida em si mesma. 

Adorei "Depois de Você" e achei uma continuação digna, como disse na resenha de "Como Eu Era Antes de Você", Jojo Moyes não aposta em finais felizes de contos de fada, ela trouxe a vida real para dentro das páginas.

Até o próximo post!
Agora que sou crítica - Design e Desenvolvilmento por Lariz Santana