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Resenha: A Mão e a Luva

4.4.19
Sinopse: "Publicado inicialmente em formato de folhetim, A mão e a luva saiu pela primeira vez em livro em 1874. Nesta obra, Machado apresenta ao leitor uma de suas tramas mais românticas: Guiomar, uma moça de infância pobre adotada pela madrinha rica, tem que se decidir entre três pretendentes. Essa dúvida envolve o conflito permanente entre a emoção e a razão, no qual está em jogo o futuro dessa mulher forte e decidida. Machado utiliza as reflexões de Guiomar para construir um perfil genial de toda a alta sociedade, na qual não há espaço para sonhadores e ingênuos."

Em "A Mão e a Luva" temos Guiomar, jovem de personalidade forte e muito racional, que tem que escolher um dos seus três pretendentes, Estevão, Jorge e Luís Alves, aquele que mais se parece com ela que quando estiverem juntos serão como a mão e a luva, perfeitos um para o outro.

Guiomar é o centro da narrativa, uma jovem órfã que é adotada pela madrinha rica e por isso vive devotada a ela. A moça é ambiciosa e pensa em cada passo que dá, para conseguir o que deseja, sempre sendo controlada e racional. Mas se para alguns Guiomar pode ser uma mulher arrogante, que passa por cima de tudo para chegar onde deseja, pra mim ela foi bastante interessante. Gosto da maneira como ela é, que sabe muito bem manter as emoções escondidas e que tem aspirações grandiosas, apesar da vidinha que leva. Uma mulher cheia de camadas e encantadoramente forte e decidida, do jeito que só Machado de Assis sabia fazer.  

Os pretendentes de Guiomar pouco tem a acrescentar na história, pois aparecem em vislumbres, quando declaram seu amor ou demonstram atração pela jovem de olhos castanhos. Temos um romântico, um bon vivant e um jovem em plena ascensão, tão diferentes um do outro até mesmo na hora de declarar seu amor, mas para Guiomar não bastam apenas belas palavras, o seu par tem que ser audacioso.

Acho "A Mão e a Luva" um belíssimo livro, que apesar de ser de "época" consegue ser bem atual, principalmente, nos dias de hoje, em que as pessoas buscam cada vez mais pares que compartilhem de suas ambições. Claro, que consegui enxergar além da racionalidade do casal principal uma nesga de amor, afinal, existe entre os dois uma admiração, que causa inquietação e curiosidade. Algo que lá na frente pode se tornar em amor, talvez. 

O livro é curto e muito fácil de ler, em três dias devorei a história, queria saber como que aquele quadrado amoroso iria parar. Machado de Assis em vários momentos me enganou, fazendo crer que iria tomar um caminho, mas lá na frente o desfecho foi outro. E por falar em desfecho que belo desfecho, adoro a maneira como ele termina a história com "Ajustavam-se ambas, como se aquela luva tivesse sido feita para aquela mão...". Sensacional.

Até o próximo post!



Resenha: Todos os Romances e Contos Consagrados de Machado de Assis (Volume 1) - Ressurreição

2.4.18
Sinopse: "Para casar com Félix, Lívia tem de estar pronta para perdoar sempre. São constantes as incertezas e o ciúme do amado. A jovem viúva seria capaz de pagar esse preço por sua paixão? Em Ressurreição, Machado de Assis investiga os sentimentos de um casal envolvido num relacionamento complexo. Através de uma história simples, revela aspectos profundos da psicologia humana."

Começamos a leitura das obras de Machado de Assis pelo seu primeiro romance, "Ressurreição", que vai contar a história de Félix e Lívia, ele um médico que nunca acreditou nos relacionamentos e ela uma jovem viúva com o coração sempre disposto a dar amor. Os dois começam a se relacionar despretensiosamente e acabam em um forte relacionamento cheio de idas e voltas, devido as desconfianças e o ciúmes contante de Félix. Ou seja, temos aqui mais uma história sobre como a falta de confiança pode destruir uma amor. Qualquer semelhança com um outro romance de Machado de Assis, é uma mera coincidência, ou talvez, "Ressurreição" fosse o prólogo para "Dom Casmurro".

O livro é bem curto e a história não é complexa em sua narração, mas para um primeiro Romance, Machado já chegou destruindo. Enquanto lia o livro a sensação que tinha era de incomodo, Félix que era o homem cheio de antigos amores, vivia a desconfiar de Lívia, uma viúva que dedicava a vida ao filho e a ele. Engraçado pensar que um livro tão antigo, tenha um tema tão atual, afinal, que não conhece algum casal que vive aos términos?! 

Machado de Assis planta aqui a sementinha de que quando a pessoa é muito desconfiada, ela não consegue ser feliz, seja em qual for o momento ou com quem esteja, a confiança é a base do relacionamento e também da felicidade.

O livro é simples, claro que com uma linguagem adequada com a época em que foi escrito, então para algumas pessoas isso pode se tornar um empecilho, mas sinceramente, nada que um bom dicionário ou até mesmo o google não possa te ajudar. Não acho que um vocabulário mais complexo seja um problema para você perder a chance de ler um livro tão incrível.

No mais, o livro é muito bom, com um final que eu até engoli seco, achei bem pesado, mas digno da genialidade do Machado, que desde seu primeiro romance cria histórias maravilhosas e tão verdadeiras. Um livrão!

Até o próximo post!

TBR de Março de 2018

4.3.18
Até o próximo post!
Agora que sou crítica - Design e Desenvolvilmento por Lariz Santana