Resenha: A Cor Púrpura

21.11.16
Mais um livro "clássico" que entrou na minha lista e foi eliminado. Dessa vez eu li a incrível história de Celie, escrita por Alice Walker em "A Cor Púrpura",

Sinopse: "Vencedor do Prêmio Pulitzer em 1983 e inspiração para a obra-prima cinematográfica homônima dirigida por Steven Spielberg, o romance A cor púrpura retrata a dura vida de Celie, uma mulher negra no sul dos Estados Unidos da primeira metade do século XX. Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery. Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura se mostra muito atual e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais."

"A Cor Púrpura" é um romance epistolar, ou seja será narrado todo através de cartas. Celie, uma jovem mulher negra, que vive no sul dos Estados Unidos, vive uma vida de abusos físicos e morais, principalmente, dos homens. Ela vai tentar lidar com essa situação escrevendo cartas, primeiro para Deus, depois para sua irmã mais nova Nettie. Celie não é estudada e escreve como fala, então o livro é escrito com alguns "erros", para dar veracidade a história da personagem.

Esse livro vai tratar do quanto as mulheres eram abusadas e mau tratadas naquela época, e que apenas aquelas que se impunham é que tinham o respeito. Mas além de mostrar todo esse machismo, teremos também o racismo sulista, onde mesmo tendo sido libertados os negros tem que lidar com o desrespeito dos brancos.

A história de Celie não é fácil e ela sofre a todo momento, sofre na mão do pai, sofre com o marido, sofre com os enteados, e só aos poucos ela começa a se abrir para o mundo e se descobrir. Durante toda essa leitura, você vai se sentir incomodada, principalmente se for mulher, vai sofrer com tudo que fazem com essa mulher que tenta agradar e ajudar, e o livro acaba sendo difícil, denso e até sufocante em alguns momentos, em que você quer entrar na história e dizer umas verdades para todos que não enxergam a Celie.

O livro é uma lição de feminismo, com várias mulheres diferentes, que mostram como lidar com aquela sociedade machista, que as sufocam. E é incrível como elas interagem e os diálogos, que são cheios de significados. Menção honrosa para as personagens de Sofia e Shug, que enfrentam os homens e não tem medo de terem comportamentos muitas vezes masculinizados.

Gostei muito do livro, mas não vou dizer que é um daqueles livros para reler sempre, ele é denso e vai mexer com a sua cabeça e te fazer pensar, o quanto as mulheres antes de nós tiveram que sofrer até chegarmos ao nível de liberdade que temos hoje. Mais um daqueles livros que precisam ser lidos.

Até o próximo post!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agora que sou crítica - Design e Desenvolvilmento por Lariz Santana