Resenha: Pessoas Normais

13.7.20
Não me lembro qual foi o meu primeiro contato com  "Pessoas Normais", me recordo apenas de que de repente todo mundo estava lendo o livro da Sally Rooney e comentando sobre a série baseada nele. E depois de ver algumas resenhas, acabei me interessando pelo livro, não por causa da sua sinopse, mas sim pelo encantamento das pessoas pela história.

"Pessoas Normais" conta a história de Marianne e Connel, ele o popular da escola e ela a excluída, os dois começam um relacionamento quando ainda são adolescentes, relacionamento esse que vai até a faculdade, onde as coisas se invertem e ela se torna a popular e ele o excluído. A relação dos dois é cheia de idas e vindas, causadas por falta de comunicação ou por ações que acabam fazendo com que eles se afastem.

O livro apresenta um romance diferente dos que são sucesso de vendas, é uma história muito mais real, em que o leitor vai se identificar com os problemas vividos pelo casal. Os personagens são muito realistas, bem construídos e cheio de camadas, que envolvem traumas e sentimentos confusos. É impossível não se ver envolvido com aquela história, querendo saber onde tudo vai dar, se os dois vão conseguir se resolver e ficarem juntos.

Sally Rooney não cria um romance clichê, seu livro é uma história de amor dolorida, com idas e vindas causadas por desentendimentos banais, que poderiam ser resolvidos se Marianne e Connel se comunicassem, mas o casal não consegue, porque são pessoas introspectivas, que falam pouco e que ficam tentando adivinhar a reação do outro, e quem na vida real nunca fez isso?

A leitura de "Pessoas Normais" não é fácil, é dolorida e lenta, porém prazerosa e viciante. Foi um livro que mexeu com meus sentimentos, me deixou reflexiva, me emocionou, me irritou, uma avalanche de sensações. Não é um livro para qualquer um, possuí gatilhos que podem gerar mal estar a uma pessoa que já viveu uma relação abusiva ou teve depressão. Mas é uma história de amor real, bonita, sobre a vida e seus desencontros. Que livro!

"São engraçadas as decisões que a gente toma porque gosta de alguém, ele diz, e aí sua vida inteira muda" (Pessoas Normais - pág 231)
Até o próximo post! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agora que sou crítica - Design e Desenvolvilmento por Lariz Santana