Resenha: Psicopata Americano

23.4.19

Sinopse: “O psicopata americano é um dos mais radicais relatos sobre a banalidade da violência, do consumo e do vazio da geração de yuppies que viveu sua juventude nos anos 80. O protagonista é Patrick Batemann, um jovem de 26 anos que de dia fatura uma fortuna trabalhando em Wall Street e à noite se acaba em festas regadas a cocaína e uísque. Quando se sente muito entediado, sai pelas ruas de Nova York assassinando brutalmente mendigos, torturando prostitutas e todos aqueles que de alguma forma o entediam. Sem piedade, sem remorso, sem consciência, em seguida saindo para tomar um drinque ou fazer compras em lojas de grifes.”

“Psicopata Americano” conta a história de Pat Bateman, um jovem de 26 anos, rico, bonito, que trabalha em Wall Street. A vida dele é repleta de jantares e drinks em restaurantes caros e badalados, roupas de marca, academia e mulheres, tudo regado a muita cocaína. O protagonista da história é a personificação da futilidade e que vive cercado por pessoas tão fúteis quanto ele. Porém, ele tem um diferencial, uma sede de matar que não tem fim.

Esse livro é escrito de uma maneira rápida e muitas vezes imitando a loucura da cabeça do personagem principal, que em vários surtos soltava seus pensamentos a esmo em toda história. No começo pode causar estranheza, mas aos poucos você pega o jeito e consegue acompanhar a loucura de Bateman.

Como já diz o título esse livro é sobre um psicopata, Pat mata, e o autor não nos poupa na hora de descrever toda a barbárie feita pelo personagem, temos descrições bem gráficas de mortes, torturas e até mesmo cenas de sexo. Não é um livro fácil, em vários momentos tive que parar um pouco a leitura, porque até mesmo pra mim que estou acostumada com livros do mesmo gênero, os relatos são pesados. Mas o autor usa também de recursos para suavizar toda a violência da história, ele usa a música para isso, Pat sempre faz críticas musicais, a cada ataque realizado pelo psicopata, somos agraciados com o review de alguma banda ou de um disco. Gosto desse recurso para aliviar, mas pro final do livro, queria que chegasse logo o desfecho, ao invés de saber sobre Talking Heads.

Patrick sai matando a torto e direito, sem sentir remorso e muitas vezes sem esconder isso das pessoas, mas em alguns momentos fica a dúvida, aquilo tudo aconteceu ou o protagonista apenas enlouqueceu e criou toda aquela carnificina em sua mente? A semente da desconfiança é plantada e você precisa ler para tirar suas próprias conclusões.

“Psicopata Americano” é um livro para quem tem estômago forte, mas também é uma leitura incrível, que vai fazer você refletir sobre a futilidade humana e a banalização da violência. Fica por sua conta e risco passar por todas a sanguinolência para entender a profundidade da crítica feita pelo autor. No meu caso, valeu muito a pena.
Até o próximo post!

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