Resenha: A Casa dos Espíritos

26.5.20
“A Casa dos Espíritos” foi o primeiro romance escrito pela Isabel Allende e narra a história da família Trueba. O livro é classificado como realismo mágico, que é considerado a literatura fantástica latino-americana, onde elementos mágicos ou fantásticos estão presentes na história e são encarados com normalidade pelos personagens. O livro de Isabel é considerado uma grande obra do gênero e eu, como uma fã de livros do mesmo estilo (Cem Anos de Solidão e Como Água para Chocolate), resolvi lê-lo, mas esperando algo parecido com Cem Anos de Solidão, mas não tão incrível quanto. Porém, fui surpreendida por essa história.

Como já disse, o livro vai acompanhar a família Trueba, durante três gerações, focando principalmente, nas mulheres da família, Clara, Blanca e Alba. Clara é uma mulher fantástica que fala com espíritos e move objetos com o poder da mente, e se casa com Esteban Trueba um homem prático, violento e conservador. Desse relacionamento nascem três filhos, entre eles Blanca, ela acaba se envolvendo com um jovem que o pai não aprova, nascendo desse relacionamento Alba, neta por quem Trueba é encantado.

A primeira parte do livro vemos a criação dessa família, acompanhamos as esquisitices de cada membro e o enriquecimento de Esteban Trueba. Já na metade da história, temos contanto com a conjuntura política daquele país, que apesar de não ser afirmado, percebemos ser o Chile. O livro então narra a ascensão do socialismo, com a eleição do Presidente (Salvador Allende, que era primo do pai da autora do livro), o golpe militar que levou até a ditadura militar (de Pinochet) e também os tempos escuros de tortura e morte durante o regime militar.

Quando entramos nas questões políticas aos poucos o fantástico vai sumindo, foi como se tivesse saído de um sonho é encarado realidade dura do que foi o golpe militar. Confesso que não foi fácil ler este momento da história, ver como a direita foi pôr debaixo dos panos alimentando uma crise econômica para que o presidente caísse, a maneira cruel como várias pessoas foram mortas e torturadas e como as famílias foram destruídas.

O livro é forte e muito mais duro que meu amado Cem Anos de Solidão. Comecei  a leitura achando que ele era um bom livro, mas que não seria um favorito, porém terminei em meio a lágrimas, lágrimas que eu nem sei de onde saíram, mas que mancharam as páginas do livro e me fizeram entender o quanto essa história mexeu comigo. “A Casa dos Espíritos” é uma história fantástica, mas que dá um choque de realidade, uma obra que precisa ser lida.

Até o próximo post!

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