Resenha: Watchmen

27.7.20
Já faz algum tempo que as histórias de super-heróis não me conquistam mais, acho todas muito absurdas e sempre com os mesmos desfechos. Até mesmo heróis que eu já cheguei a gostar, não fazem mais meus olhos brilharem, mas esse não é o problema de "Watchmen". Conheci a história dos vigilantes em 2009, com o lançamento do filme, fiquei fascinada e sempre desejei ler a HQ, afinal, sou uma fã alucinada das obras do Alan Moore, mas só agora em 2020 eu fui ler a história original. E que experiência maravilhosa.

"Watchmen" vai acompanhar a história de um grupo de vigilantes que combateram o crime, mas desde a implementação da Lei Keene eles resolveram se aposentar. A história começa com a morte de um deles, o Comediante, que apesar de ser considerado um "herói" era  um homem muito controverso. Esse assassinato chama a atenção de Roschach, também um antigo vigilante, que passa a investigar a morte de vários outros super-heróis.

Apesar de serem considerados "super-heróis", os vigilantes não possuem poderes e nem são modelos de boa conduta. Todos os membros dos homens minuto são cheio de problemas, traumas, frustrações, segredos e tristezas. Por trás do traje e da máscara há um ser humano, sem poderes, apenas com o desejo pela fama de herói. E o único deles que tem mesmo poderes de super-herói, não se interessa pela vida mundana.

Alan Moore traz uma discussão profunda em sua história, a HQ não é sobre ser herói, é sobre a necessidade de querer salvar a humanidade, mas será que a humanidade quer ser salva? Parece que não, porque os anos passam e novos vilões surgem, novas guerras e confrontos são travados. O final feliz não existe, enquanto a terra for dominada por seres humanos.

Mesmo sabendo tudo que iria acontecer, porque já vi o filme, eu me surpreendi com quão bem construída é a história de "Watchmen", como nada está ali por acaso, tem um porquê e no final tudo será costurado em uma trama bem feita. Que delícia ler histórias como essas, em que os heróis não tem que combater o mal, mas os próprios medos. Leitura mais que obrigatória!

Até o próximo post!

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