Hoje seria o aniversário de Jane Austen, uma das minhas escritoras preferidas. Mas eu não apenas amo a Jane porque ela simplesmente escreve romances maravilhosos, eu a amo porque ela mesmo sendo uma mulher do século XIX, consegue criticar a sociedade. Mesmo antes de conhecer sua história de vida eu já a admirava a achei corajosa desde quando li "Razão e Sensibilidade", me encantei pelos romances, pelas ironias, pelas personagens, tudo me envolveu e me vi buscando por mais, foi quando encontrei "Orgulho e Preconceito" e tive certeza que o que aquela mulher me entendia
Se você nunca leu nada da Jane Austen, por achar que é mais uma escritora de romances açucarados, você não poderia estar mais enganado e perdendo a chance de ler livros incríveis. Mas entendo, porque há muito tempo atrás eu também era assim, irredutível com os "romances", não queria nada que não houvesse magia ou combates, a típica adolescente da era Harry Potter, mas o tempo foi passando e só essas aventuras épicas não me saciavam mais era uma jovem mulher que queria mais, queria livros que mostrasse o que eu sentia, mas os YA e NA não me satisfaziam, eram todos muito irreais, então busquei auxílio nos clássicos e me deparei com Lizzie Bennet, uma mulher nos seus 20 e poucos anos, que vivia no século XIX, mas que em vários momentos se sentia como eu, uma mulher que tem que lidar com as expectativas, os padrões e as confusões de sentimentos. Me encontrei nas páginas de um livro e não me canso de citá-lo.
Claro que o meu amor pelas obras de Jane Austen tem muito a ver com o fato de eu crescer e ter me aproximado do feminismo. Para alguns Jane é conservadora, mas pra mim ela é a frente do seu tempo, uma feminista de séculos atrás. Austen criticou o fato de termos sempre que ser mulheres prendadas, que vivem para agradar os homens com sua beleza e recato, que aceitam de tudo para se ter um bom casamento, que se contenta por pouco devido a sua classe social, e isso até os dias atuais ainda ouvimos. Ela mudou as protagonistas, trazendo mulheres fortes que nem sempre são símbolo de beleza, que falam o que pensam, que tem opinião e voz, que gostam de serem seres pensantes. Mas as protagonistas dela também não deixam o romance de lado, elas também se apaixonam, mas não pela beleza ou pelo dinheiro, mas pelos encantos das ações.
Tenho orgulho de dizer que sou apaixonada por uma personagem masculina de Jane Austen, que não é bonito, mas taciturno e mal humorado, que muita vezes se acha o dono da verdade e que está errado em alguns momentos. Mesmo sendo tudo isso, Mr. Darcy ganha meu coração por ser assim imperfeito, mas que consegue voltar atrás e tenta consertar tudo de errado que fez, que não apenas ama, mas admira a mulher que deseja. Mas ele me conquista quando se abre e desconcerta com as palavras e consegue dizer que a ama ardentemente, ele arde por aquele amor, a ama desesperadamente, mesmo ela não sendo o que a sociedade impõe a ele.
Jane Austen mudou minha vida e conseguiu me entender de tal maneira, que ninguém do século XXI conseguiu. E posso dizer que mesmo sem nunca ter falado com ela, abraçado ela ou até mesmo a visto eu amo Jane Austen, por ter criado tudo que ela criou.
Até o próximo post!
Nenhum comentário:
Postar um comentário