Resenha: Dias Perfeitos

27.4.15
Pensa em um livro em que a personagem principal comete as maiores atrocidades, mas acredita piamente
que o que faz é o correto. E que ele chega a fazer coisas que você tem vontade de abandonar a leitura, porque aquilo é muito assustador e nojento. Esse é "Dias Perfeitos", do autor brasileiro Raphael Fontes.


Sinopse: "Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez."

A minha saga por autores brasileiros maravilhosos continua em 2015 e foi assim que eu descobri Raphael Montes, um autor que eu não fazia a miníma ideia sobre o que escrevia, mas que foi só começar a ler o livro dele para imaginar duas coisas: Ou Raphael é muito maluco ou ele tem uma imaginação muito assustadora, não escolhi qual seguir, mas de uma coisa eu tenho certeza ele escreve muito bem.

Adoro estórias de psicopatas e "Em Dias Perfeitos" temos um da espécie. O livro conta a estória de Téo, um estudante de medicina,  que não nutre sentimentos por ninguém, mas se vê "apaixonado" por Clarice. O problema é que ele é obcecado e começa a seguir a garota, para descobrir seus gostos, lugar onde mora, estuda e seus amigos. E o pior não é ele ser stalker, o pior é Téo achar que seu comportamento é o mais normal de todos. E não para por aí, o cara faz algumas coisas assustadoras e tudo sem planejar, é como se aquilo fosse algo natural dele.

Téo é o narrador de "Dias Perfeitos" e sempre enxergamos através dele o que se passa. Por isso não temos uma imagem concreta das outras personagens, porque ele não se importa em detalhar muito sobre elas, a única que ele dá mais características é Clarice, mas não dá pra saber se é real ou apenas fruto da mente doentia dele. 

A estória já começa nos dando uma dica de que Téo é estranho, mas aos poucos o autor vai nos revelando um ser cruel, frio e assustador. E o enredo vai se desenrolando e a cada capítulo mais coisas horríveis vão acontecendo e tudo aquilo se torna muito surreal. Criei várias teorias de que rumos a ela ia tomar, mas a cada página havia uma reviravolta e eu tinha que pensar em um novo desfecho. Mas nada do que eu pensei me preparou para os acontecimentos finais da estória.

Eu gostei do livro até as últimas páginas, mas quando chegou o final foi difícil absorver aquilo tudo. Na verdade eu fiquei revoltada com o final, não aceitei a maneira como o autor fechou o livro, mas posso dizer que foi algo inesperado. Mesmo não gostando do fim de Téo, já quero ler outros livros do Raphael Montes, porque adorei a maneira como ele escreve e virei fã do cara. Para quem gosta de trillers precisa ler "Dias Perfeitos' o mais depressa possível.

Até o próximo post!


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